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Academias ao Ar Livre: uma análise dos espaços públicos
| Content Provider | Semantic Scholar |
|---|---|
| Author | Castañon, Jose Alberto Barroso Paiva, Claudia Dos Reis Fonseca, Karliane Massari Carneiro, Raquel Salgado |
| Copyright Year | 2016 |
| Abstract | The implantation of gym equipments in public spaces proceeds to the intention of making possible to the population health quality and leisure. Utilized by a diversified public, the implantation of these equipments in different types of spaces, generates demands for the principles of universal design, acessibility and ergonomics. We evaluate the way the users utilize and apropriate these equipments, their caracteristics and the way these equipments agregate to the analized areas, in counterpart to the caracteristics that the public spaces influence in the use of these equipments, tracing insertion relations, maintenance and infrastructure that are predicted in the project, being efficient or not. 1. DESCRIÇÃO GERAL DO MÉTODO E OBJETIVO A seguinte pesquisa se desenvolve a fim de questionar as características que a presença dos equipamentos de ginástica do programa governamental Academia Ao Ar Livre (AAL) agrega ao espaço público, analisando a realidade encontrada desses equipamentos e a adequação espacial qualitativa, relacionando os diferentes tipos de espaço público e o comportamento do usuário com os equipamentos, questionando a influência do entorno nas formas de utilização e averiguando a existência ou não de um tipo específico de público usuário nos diferentes espaços, que proporcione a instalação de equipamentos e infraestrutura direcionados. O foco se desenvolveu na abordagem da análise espacial através do pressuposto de que “o convívio social no espaço público está intimamente relacionado às oportunidades de acesso e uso” (SUN ALEX, 2011). Como método de pesquisa foi elaborado levantamento bibliográfico a fim de distinguir os diferentes espaços públicos, as questões de lazer e saúde, assim como definir o que difere a simples instalação de equipamentos de ginástica ao ar livre, das chamadas “academias de saúde e lazer”, observando qual modalidade de academia foi implantada nos determinados espaços públicos e como são suas estruturas. Através de levantamento técnico e coleta de dados, utilizando a análise do discurso, observação participante e entrevistas semiestruturadas, foram realizados apontamentos dos principais fatos observados em três pontos de Juiz de Fora: No Bairro Bom Pastor, Praça Presidente Médici, na Av. Brasil, em trecho que comporta um dos seis conjuntos de equipamentos instalados na via e no Campus da UFJF. 2. INTRODUÇÃO: A SAÚDE E O LAZER NAS ACADEMIAS AO AR LIVRE O lazer (derivado do latim licere, ou seja, “ser lícito”, “ser permitido”) pode ser entendido como uma maneira do indivíduo utilizar o seu tempo livre. Pode ser entendido em seis áreas fundamentais: os interesses artísticos, os intelectuais, os físicos, os manuais, os turísticos e os sociais (MARCELLINO, 1996). Como foco da pesquisa, a expressão de lazer analisada será no sentido de interesses físicos, presente em esportes em geral e em todas as atividades físicas, especificamente as atividades realizadas nas academias ao ar livre que, por consequência de uso, envolvem as caminhadas e corridas. Jogar bola, caminhar, correr, entre outras atividades, podem ser consideradas como práticas de lazer. Os determinismos sociais, políticos, culturais e econômicos pesam nas atividades cotidianas e refletem na escolha do lazer e os limites financeiros inibem realizar algumas das atividades desse contexto configurando um grau de liberdade na escolha (CAMARGO, 2003). A prática de exercícios em academias de ginástica tem se popularizado, tornando-se a forma mais eficaz de promoção de atividade física, ausente na rotina diária do ser humano. A união das práticas de condicionamento físico ao suporte público de lazer, permitem além do acesso de toda população, uma união de faixas etárias, ritmos e intenções diferentes nesses espaços. Porém, nem todas as pessoas possuem poder aquisitivo para frequentar uma academia particular, passando a usufruir dos benefícios nas academias públicas (NOGUEIRA, FERNANDES. 2013). O Programa Academia da Saúde, cujo objetivo principal é contribuir na promoção de saúde da população a partir da implementação de polos com infraestrutura, equipamentos e quadro de pessoal qualificado para orientar as práticas corporais, atividade física, lazer e modos de vida saudável possibilitou a popularização de equipamentos de ginástica nos espaços públicos. O Programa elenca onze objetivos específicos, dos quais se destaca a contribuição no sentido de ampliação de espaços sociais de lazer na proposta de inclusão social, o enfrentamento da violência e a melhora das condições de saúde e qualidade de vida (BRASIL MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). O projeto arquitetônico dos polos é responsabilidade das gestões municipais, considerando clima, cultura, região e características físicas sendo vetado ao município fazer qualquer supressão nas diretrizes do projeto, fornecidas em manual instrutivo do processo de projeto e construção dos polos. O investimento é feito em diferentes modalidades, sendo elas: básica, intermediária e ampliada, as variantes são a metragem quadrada e a infraestrutura exigida, como sanitários, depósitos e etc. (BRASIL MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). Com fomento do investimento do Ministério da Saúde e a ampla aderência dos municípios pelo programa, o número de equipamentos de ginástica de uso público teve expressivo crescimento nos últimos anos, tornando o programa de academias ao ar livre (AAL) cada vez mais importante no tempo de lazer das pessoas. Porém, podese, ao observar a cidade, perceber que alguns polos de AAL necessitam de melhorias e adequações, de forma a possibilitar real qualidade de vida para as pessoas que o utilizam, corroborando que apenas o fornecimento dos equipamentos não é suficiente uma vez que, sem ambiente e manutenção adequados, o investimento se torna um desperdício. Os equipamentos, assim como o pólo no qual são inseridos, necessitam atender diferentes públicos. Concomitante à instalação dos equipamentos acontece uma crescente preocupação no sentido de que princípios mínimos de ergonomia, de conforto, de segurança, design universal aspectos de segurança, satisfação, usabilidade e acessibilidade destes equipamentos e pólos sejam atendidos (OLIVEIRA, 2014). A Associação Brasileira de Ergonomia define Ergonomia (ou Fatores Humanos) como uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de aperfeiçoar o bem estar humano e o desempenho global do sistema (ABERGO, 2013). Design universal significa a concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados, até onde for possível, por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico. O 'desenho universal' não excluirá as ajudas técnicas para grupos específicos de pessoas com deficiência quando necessárias (CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE DIREITO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA. 2006). A NBR 9050 da ABNT, que dispõe sobre a acessibilidade em edificações, espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, define que “acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos” (NBR 9050, 2015). Essas características físicas dos equipamentos, e atributos espaciais capazes de garantir as definições citadas, são determinantes ao amplo uso, que se estenda a toda população sem exclusões e sem causar dificuldades e constrangimentos. 3. CARACTERIZAÇÃO ESPAÇOS PÚBLICOS E AMBIENTES AVALIADOS. Os espaços públicos e a vida pública remetem à acessibilidade e apropriação dos espaços, que são concretos e referem-se à política e à cultura. Praças, ruas, avenidas, jardins, parques constituem os espaços abertos das cidades, que representam ideais de diferentes momentos históricos, e não podem ser debatidos apenas a respeito de suas diferenças de escalas. Esses espaços possuem inserção urbana, funções e usos diversos e, consequentemente, precisam de projetos de natureza diferentes (SUN ALEX, 2011). As praças públicas podem ser definidas como espaços públicos urbanos, propícios à convivência e ao lazer, sem edificações (VIERO E BARBOSA FILHO, 2009). São pontos de encontro e comumente dispõem de atrativos voltados ao lazer e ao esporte. Macedo e Borba (2002, apud VIERO e BARBOSA FILHO, 2009), classifica-se esses locais de acordo com suas espacialidades. No caso da Presidente Médici, no bairro Bom Pastor, classifica-se como Praça Jardim, por possuir vegetação e desenho paisagístico que prioriza a circulação e o contato com a natureza, podendo esses espaços ser fechados ou abertos e margeados por construções comerciais e residenciais. Apesar do entendimento de acesso e fluxo livres existem, também, os espaços públicos controlados, com acesso e circulação monitorados, os edifícios como Prefeituras, instituições de ensino, hospitais ou espaços abertos como o campus universitário, que comporta uma das academias em análise. Esses espaços controlados, apesar de oferecerem a liberdade do uso público, se limitam em questões de horários e, de certa forma, se tornam mais conservados e com manutenção mais eficaz, já que existe a inibição a práticas de vandalismos e usos marginalizados. O potencial de abrangência, quanto à apropriação dos espaços públicos, vem sendo fortemente cerceado pela difusão do medo, associado à violência urbana. Dessa forma, a disseminação de diversões em ambientes fechados e controlados por aparato de segurança e, consequentemente, seletos e excludentes, vem alterando costumes, repercutindo em mudanças nas relações sociais referentes aos espaços públicos (MENDONÇA, 2007). Os espaços públicos também se referem às ruas, avenidas e becos. No caso de espaços públicos de vias, como a Avenida Brasil, a característica principal é de espaço de circulação, o que a define e a torna um percurso urbano. É indispensável hoje, um lazer encarnado na cidade, identificado na sua dimensão públi |
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| Page Count | 12 |
| File Format | PDF HTM / HTML |
| DOI | 10.5151/engpro-conaerg2016-7011 |
| Volume Number | 3 |
| Alternate Webpage(s) | http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.amazonaws.com/engineeringproceedings/conaerg2016/7011.pdf |
| Language | English |
| Access Restriction | Open |
| Content Type | Text |
| Resource Type | Article |