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Homens na enfermagem: formação acadêmica posterior à graduação e trajetória profissional
| Content Provider | Semantic Scholar |
|---|---|
| Author | Costa, Kleber De Souza Freitas, Genival Fernandes De Hagopian, Ellen Maria |
| Copyright Year | 2017 |
| Abstract | Objective: to identify men who have graduated from the School of Nursing of the University of São Paulo since its foundation and to analyze the academic education after graduation and their professional experience. Method: this is a descriptive-exploratory, historical-social study, with a quantitative approach. Data collection was carried out at the Graduate Service with a subsequent sociodemographic questionnaire. Results: There were 59 male nurses in 5 decades, from 1950 to 1999, with information about nationality, ethnicity, religion, the age of admission, as well as nationalities, education, and profession of their parents. Conclusion: a better understanding of the profile of men in Brazilian nursing, especially in São Paulo, highlighting the trajectory of a poorly studied population, highlighting the profession. A questionnaire was made with the population, elucidating the academic and professional trajectory. Descriptors: History of Nursing; Nurses, Male; Men; Social Perception; Students, Nursing. RESUMEN Objetivo: identificar a los hombres egresados de la Escuela de Enfermería de la Universidad de San Pablo, desde su fundación y analizar la formación académica posterior a la graduación y su vivencia profesional. Método: estudio histórico-social, descriptivo-exploratorio, de abordaje cuantitativo, realizada través de recolección de datos en el Servicio de Graduación con posterior cuestionario socio-demográfico. Resultados: de los 59 enfermeros hombres existentes en 5 décadas, comprendidas de 1950 a 1999, hay informaciones sobre, nacionalidades, raza, religión, edad de ingreso, así como; nacionalidades, formación y profesión de los padres de los egresados. Fueron realizados 20 cuestionarios con la población, elucidando así la trayectoria académica y profesional. Conclusión: mejor comprensión sobre el perfil de los hombres en la enfermería brasilera, principalmente en San Pablo, destacando la trayectoria de una población poco estudiada, al margen de los focos de la profesión. Descriptores: Historia de la Enfermería; Enfermeros; Hombres; Percepción Social: Estudiantes de Enfermería. Enfermeiros, Mestrandos, Programa de Pós-Graduação em Gerenciamento em Enfermagem/PPGEn, Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo/EEUSP. São Paulo (SP), Brasil. E-mails: klebercostausp@gmail.com; ellen_hagopian@yahoo.com.br; Enfermeiro, Professor Doutor (Pós-doutor), Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo/EEUSP, São Paulo (SP), Brasil. E-mail: genivalf@usp.br ARTIGO ORIGINAL Costa KS, Freitas GF de, Hagopian EM. Homens na enfermagem: formação acadêmica... Português/Inglês/Espanhol Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(3):1216-26, mar., 2017 1217 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.10544-93905-1-RV.1103201712 Quando se consulta o conhecimento popular, ou até mesmo quando se questiona os profissionais de saúde, é notório o fato de que a enfermagem é uma profissão exercida, majoritariamente, por mulheres, tanto em seu nível técnico, mas principalmente no nível superior. A participação masculina na enfermagem atual é de aproximadamente 15%, abrangendo todas as classes de trabalho; quando se fala apenas de enfermeiros, esse número cai para 12%; mesmo assim, isso representa um crescimento constante, que vem se confirmando, de forma gradual, desde a década de 1990. Essa diferença entre homens e mulheres nem sempre ocorreu dessa maneira. Na Antiguidade, "os cuidados", traduzidos hoje como “cuidados de enfermagem”, eram praticados por homens e mulheres, mas o primeiro, principalmente em eventos de guerra, nos cuidados de feridos, em surtos de doenças e no cuidado caritativo oferecido pela igreja. Esse período é caracterizado por uma prática da enfermagem pré-profissional, com expressiva presença masculina, considerando as ordens militares e a presença de homens na igreja e no cuidado de doentes, a exemplo da Ordem dos Cavaleiros Hospitalares de São João de Jerusalém, a Ordem dos Irmãos de Santo Antônio, a Ordem dos Irmãos de Alexian, São João de Deus na Espanha, São Camilo de Lellis na Itália, São Vicente de Paulo na França e Padre jesuíta José de Anchieta no Brasil. A organização do ambiente hospitalar era feita por religiosos, ligados à Igreja, e o serviço que eles prestavam aos doentes podia ser visto como de natureza caritativa. A ação de cuidar dos doentes não era considerada como um trabalho ou uma profissão por quem o exercia, ao longo de séculos, chegando à Idade Média. Vale ressaltar, entretanto, que essas ordens militares foram desaparecendo ou sendo substituídas por outras instituições de acordo com as necessidades de cada época e localidade. Após a profissionalização da enfermagem através dos preceitos de Florence Nightingale, a enfermagem então surgiu como uma profissão digna que poderia ser exercida por mulheres, por meio de remuneração salarial e, assim, adquirir seu sustento. O modelo assistencial proposto por Florence se iniciou na Escola de Enfermeiras no Hospital Saint Thomas, em Londres, selecionando somente mulheres para o curso em regime de internato, desse modo, a presença masculina passou a ser excluída da enfermagem no modelo nightingaleano. As enfermeiras eram formadas na escola para serem multiplicadoras de conhecimento e formar novas enfermeiras em regiões distritais. Eram convidadas para trabalhar em diversos hospitais dentro e fora do país e, em geral, dirigir e organizar serviços de enfermagem. Considerando a posição da Inglaterra como potência mundial na época e a decisão de criar enfermeiras que multiplicavam seus ensinamentos, não é difícil entender como o modelo nightingaleano foi difundido para muitos países com o passar dos tempos. Assim, à medida que se fortalecia a medicina moderna ou científica, inserida no contexto do modo de produção capitalista dos séculos XVIII e XIX, desloca-se a figura da enfermeira religiosa, porque essa não se submetia às ordens médicas, mas, sim, da hierarquia da Igreja. Por outro lado, a preferência dos médicos era pela mulher não religiosa, de conduta "dócil" e subserviente ao homem, médico, detentor do poder e da tomada de decisão em relação ao “corpus” da clínica, era a opção. Logo, ao passo que o hospital muda de configuração, deixando de ser uma instituição a que acorriam pobres desesperançados, para se tornar um espaço de poder e de ampliação e manifestação do saber e do poder do médico, tendo em vista a perspectiva da cura e não mais a salvação da alma do doente, deslocava-se a forte presença dos homens e das mulheres religiosas, para tornar-se um lócus por excelência da formação e da práxis médica. O modelo nightingaleano foi marcado pela seleção feminina, dando-se início ao processo de feminização da enfermagem. Esse modelo implantou-se, no Brasil, primeiramente, no Hospital Samaritano, na cidade de São Paulo, em 1894, quando se criou uma Escola para a formação de enfermeiras, sob regime de internato, que visava formar apenas enfermeiras do sexo feminino, sendo uma das matrons desta instituição a Senhorita Louise Madein. Posteriormente, o modelo de ensino nightingaleano, marcado pela experiência anglo-americana e vindo diretamente dos EUA para o Rio de Janeiro, foi inspirador da fundação da Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública, em 1923, conhecida atualmente como Escola de Enfermagem Anna Nery, pertencente à Universidade Estadual do Rio de Janeiro UERJ. Em São Paulo, foi criada em 1938 a INTRODUÇÃO Costa KS, Freitas GF de, Hagopian EM. Homens na enfermagem: formação acadêmica... Português/Inglês/Espanhol Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(3):1216-26, mar., 2017 1218 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.10544-93905-1-RV.1103201712 Escola Paulista de Enfermagem, vinculada à Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). A quarta escola criada nesse modelo é a Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo EEUSP, que começou suas atividades em 1942 com auxílio das fundações americanas Kellogg e Rockefeller, formou sua primeira turma em 1946, com 16 enfermeiras formadas. Cabe apontar que, apenas em 1950 formou-se o primeiro enfermeiro homem nessa instituição. Outro aspecto importante a se destacar é que o ingresso se dava por entrevista, recomendações pessoais do candidato ao curso de enfermagem e a análise do currículo. Apenas a partir de 1968, com a reforma universitária, possibilitou a inserção de homens e mulheres, independentemente do curso. A seleção por gênero a um determinado curso não ficava mais ligada a critérios de “vocação” ou comportamento considerado assim de “boas maneiras”, mas apenas pela aprovação no vestibular. Após a exclusão do homem na enfermagem moderna e seu regresso com o passar dos tempos, fica uma lacuna em descrever quem são os egressos homens na enfermagem brasileira e em São Paulo, assim como sua trajetória acadêmica e profissional, porém, no presente estudo, foi possível delimitar esse levantamento dos egressos da EEUSP. Com isso, os objetivos da presente investigação foram: ● Identificar os homens egressos da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo desde sua fundação; ● Analisar a formação acadêmica posterior à graduação e sua vivência profissional. Estudo histórico-social, descritivoexploratório, de abordagem quantitativa, acerca da realidade social de um coletivo, no caso dos homens na enfermagem, por se acreditar que a história se afirmou como disciplina acadêmica no século XIX e desde então tem sido explorada por diversos pesquisadores que possuem profundo interesse por conhecer fatos e acontecimentos. O método histórico é narrativo acerca das coisas como efetivamente aconteceram, entre outras semelhantes, devendo o historiador decidir, refletir sobre fundamentos gerais acerca da natureza histórica, pois sem teoria não é possível haver o avanço do conhecimento. A História é investigação e requer a construção do conhecimento de uma realidade vivida, sendo designada pelo processo investigador e também pelo resultado desta investigação como reconstrução em forma de uma série de af |
| Starting Page | 1216 |
| Ending Page | 1226 |
| Page Count | 11 |
| File Format | PDF HTM / HTML |
| Volume Number | 11 |
| Alternate Webpage(s) | https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/download/13497/16226 |
| Language | English |
| Access Restriction | Open |
| Content Type | Text |
| Resource Type | Article |