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Suicídio De Mulheres: a (in)visibilidade Da Violência Doméstica Como Causa Da Morte Auto-inflingida
| Content Provider | Semantic Scholar |
|---|---|
| Author | Moretto, Thaís Zanetti De Mello Goerght, Alberto Silva, Denise Quaresma Da |
| Copyright Year | 2018 |
| Abstract | Metodologicamente o estudo teorico visa uma pesquisa qualitativa com o objetivo de estudar a intercorrencia de suicidio de mulheres em razao de violencia domestica. Pesquisas desenvolvidas acerca do tema, demonstram que esta e uma realidade considerada expressiva, na medida em que se percebe que a cada 2 minutos a violencia acaba sendo o responsavel por mais de 80% de casos reportados. Logo, torna-se possivel afirmar que esses indices possam ser ainda mais significativos, ja que, em muitos casos, os relatos acabam nao chegando ao conhecimento da autoridade policial, i.e., aquilo que denominamos de cifras ocultas.Neste aspecto, para alem deste tipo de violencia ser considerada inaceitavel por diversos mecanismos internacionais, a Organizacao Mundial da Saude – OMS, considera que a violencia – em seu aspecto mais amplo – e nao apenas a violencia praticada contra a mulher, e um caso de saude publica. Levando em consideracao esse aspecto, bem como a complexidade que tais violencias apresentam, entendemos que seja importante (re)pensar esse tipo de pratica violenta para alem de uma perspectiva punitivista, i.e., se trata de avaliar essas situacoes sob o vies preventivo, buscando mecanismos que possam diminuir as consequencias oriundas da violencia domestica e familiar contra as mulheres.Assim, em um aspecto redutor de danos de tais praticas, e importante o estabelecimento de um dialogo academico comprometido em analisar os reflexos oriundos da violencia domestica e familiar contra as mulheres. Diz-se isso porque, apos a vitima ser violentada, sob as mais diversas modalidades de violencia que possam porventura ocorrer, nao e incomum a presenca de sofrimento psiquico desencadeador de morte auto-inflingida. Em que pese exista essa realidade, e flagrante a ausencia de estudos que realizam levantamento e analise, sobre os efeitos nocivos – posteriores - a dinâmica da violencia na qual as mulheres se encontram inseridas, no caso, o suicidio.Segundo dados da Organizacao Mundial da Saude – OMS, as mulheres perfazem um alto indice de tentativas de suicidio, sendo superiores aos dados de tentativas de suicidio praticadas por homens. Entretanto, quando analisamos os dados dos suicidios praticados, percebemos que os indices masculinos sao maiores do que a estatistica feminina pelo suicidio efetivamente praticado. Outro fator em destaque nas questoes que envolvem a pratica do suicidio e que os indices envolvem tambem os metodos utilizados para a pratica da morte auto-inflingida, o que implica dizer que a forma como o individuo retira ou tenta retirar a sua propria vida e diferente quando estamos analisando dados femininos se comparado aos masculinos. E importante considerar que, sob a perspectiva da tematica do suicidio no enfoque da violencia domestica e familiar contra as mulheres, os metodos escolhidos para a supressao da vida - independentemente de conseguirem realizar o seu intento - sao metodos que integram o estudo da OMS, posto que, percebe-se uma grande diferenca na forma como homens e mulheres realizama supressao da vida.Perceber a violencia como um problema de saude publica, e havendo um incremento nos indices deste tipo de violencia, o que contribui tambem para a reflexao feita de que 1 (uma) em cada 3 (tres) mulheres ou ja foi vitima ou ainda sera vitima de violencia de genero no mundo, coloca no epicentro de analise a visibilidade de tais praticas como uma pandemia. Importante salientar que, estando um Pais a demonstrar altos indices de suicidios e de suas tentativas entre as mulheres, coloca a complexidade da morte auto-inflingida, como um tema necessario e importante, na medida em que, levanta-se a suposicao que grande parte dos suicidios realizados ou tentados possuem uma origem anterior, muitas vezes vinculada a violencia de genero oriunda de uma relacao toxica. Em que pese tudo isso, o que tema do presente estudo carece de analise cientifica e atencao academica, inexistindopesquisas que investigam se o suicidio ou suas tentativas estejam relacionadas com a violencia domestica vivida, ocasiao em que a violencia domestica acaba sendo um gatilho para ceifarem suas proprias vidas. A (in)visibilidade e a ausencia de estudos sobre este tema remonta o desinteresse da vida humana feminina, o que nao ocorre em relacao as mortes masculinas, pois ha uma incidencia na divulgacao de casos de suicidio ou de sua tentativa quando o corpo em questao e o masculino. Como consequencia pratica inevitavel, pouco ou nada se fala sobre essa tematica, muito embora os dados demonstrem um numero significativo, ainda mais quando se percebe que os indices de tentativas de suicidio sao muito superiores aos indices masculinos, portanto, se os casos em que ha incidencia de morte sao de importante analise (e o que esta em jogo e o corpo do homem), de igual modo deve interessar os altos indices de suas tentativas. Nessa assertiva, o ano de 2014 foi marcado pela pratica do suicidio como a segunda maior causa de morte por mulheres jovens, o que restou averiguado a partir de atestados de obitos de mulheres entre os 15 a 29 anos de idade. Ocorre que, nos ultimos 50 anos, o suicidio mundialmente sofreu um aumento em 60%, ou seja, cerca de 1 milhao de casos por ano, 3 mil casos por dia, e 1 morte a cada 40 segundos em algum lugar do mundo. Entretanto, com relacao especifica ao caso brasileiro, nosso pais ocupada o 8° lugar no mundo com maior incidencia nos casos de suicidio. Salienta-se que as mulheres tentam muito mais o suicidio, ou seja, quatro vezes mais do que os homens, porque o metodo utilizado para 'escapar' da vida sao menos letais, se comparado aos homens, ja que as formas encontradas pelos homens que cometam o suicidio sao formas potencialmente letais e agressivos. A exemplo disso percebe-se que os homens se suicidam utilizando armas de fogo e o metodo do enforcamento, o que nao ocorre com a maioria das mulheres, ja que as mesmas costumam fazer uso de medicacoes ou de envenenamento. Depois do ano de 2011, quando entao se tornaram notificacoes obrigatorias perante o sistema de saude, obteve-se uma estimativa de registros mais fidedignas, chegando-se a 209,5%, atingindo cerca de 30 mil registros no ano de 2016, em torno de 82 casos por dia em media. Como resultado, tem-se que as mulheres possuem cerca de 2/3 dos registros oficiais, o que configura 65,9% dos casos. Ainda sobre essas incidencias, segundo o Ministerio da Saude, com relacao a analise de tentativas e de mortes ocasionados por suicidio no Brasil, o perfil das lesoes autoprovocadas nas mulheres demonstram que cerca de 1/3 dessas lesoes indicavam um carater de repeticao, ou seja, cerca de aproximadamente 33,1% buscam reiteradamente ceifar a sua propria vida.Em suma, e evidente a importância de se estudar as praticas de suicidio e de tentativa de suicidio praticadas por mulheres, ja que, assim como e importante o estudo acerca da violencia domestica e familiar contra as mulheres, de igual modo torna-se imprescindivel analisar os casos em que, apos ja terem sido vitimas destas praticadas criminosas, as mesmas ainda permanecem com o sofrimento psiquico que acarreta a impossibilidade de lidar com essa situacao traumatica, o que as conduz ao adoecimento e necessidade de eliminacao da propria vida. Negligenciar a morte auto-inflingida de mulheres remonta a concepcao de controle do corpo feminino, sobretudo se esse corpo feminino “pertencer” as regras do corpo masculino, adiciona-se a isso o fato de que, os indices relevantes de suicidio adicionado a questao de ser uma decorrencia da violencia domestica e familiar contra as mulheres, portanto um caso de saude publica, podendo-se tracar uma comparacao a epidemia, ja que os elevados numeros sao uma realidade no mundo, alem de ser um incremento anual. |
| File Format | PDF HTM / HTML |
| Volume Number | 1 |
| Alternate Webpage(s) | http://www.seer.ufal.br/index.php/dphpi/article/download/5762/4031 |
| Language | English |
| Access Restriction | Open |
| Content Type | Text |
| Resource Type | Article |