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A Atitude Autêntica Como Possibilidade De Promoção Da Saúde Mental: Uma Experiência De Estágio Em Psicologia Do Trabalho
| Content Provider | Semantic Scholar |
|---|---|
| Author | Toffanelli, Ana Caroline Bellini, Marcella Takeguma, Mario Seto Mazzetto, Odille Baptistão Reis, Roberta Sincero Dos Freitas, Sylvia Mara Pires De |
| Copyright Year | 2012 |
| Abstract | A ATITUDE AUTENTICA COMO POSSIBILIDADE DE PROMOCAO DA SAUDE MENTAL: UMA EXPERIENCIA DE ESTAGIO EM PSICOLOGIA DO TRABALHO Ana Caroline Toffanelli* Marcella Bellini Mario Seto Takeguma Odille Regina Baptistao Mazzetto Roberta Sincero dos Reis Sylvia Mara Pires de Freitas “(...) Essa frase, e exatamente como eu, eu... , parece ser um eco aprovador, uma maneira de continuar a reflexao do outro, mas e um engodo: na verdade, e uma revolta brutal contra uma violencia brutal, um esforco para libertar nosso proprio ouvido da escravidao e ocupar a forca o ouvido do adversario. Pois toda a vida do homem entre seus semelhantes nada mais e do que um combate para se apossar do ouvido do outro.” Milan Kundera Procuramos, neste trabalho, relatar a experiencia de academicos do 5 o ano do curso de Psicologia da Universidade Estadual de Maringa (Uem/Pr), atraves do estagio supervisionado de Psicologia do Trabalho realizado com funcionarios de um hospital publico do municipio de Maringa-PR. Sob o enfoque existencialista sartriano, nossas acoes buscaram fomentar a consciencia reflexiva critica dos funcionarios do hospital no tocante as suas escolhas promotoras de saude. Oferecemos aos funcionarios do hospital um curso de quatro modulos, distribuidos em quatro encontros de duas horas cada modulo, a saber: o primeiro modulo trata da saude fisica, o segundo da saude mental, o terceiro da espiritualidade e, por fim, a saude integrada do trabalhador. A consciencia para o existencialismo e intencionalidade, sempre consciencia para e de algo, ela da sentido as coisas, atribui valores, e um direcionamento espacial e temporal ao mundo. Sempre posicional de algo, quando de algo que se exclui, e consciencia irreflexiva; reflexiva cumplice, quando e conivente com o que visa e reflexiva critica, quando no mundo posiciona a si. Neste ultimo movimento, volta-se para si podendo criticar o modo ao qual intenciona o mundo. Baseados em Sartre (1997), buscamos com os grupos de funcionarios, realizar reflexoes sobre as tematica anteriormente descritas, situando nossos atos cotidianos em contextos laborais e fora deles. Buscando atingir tal intento, foram utilizados videos, dinâmicas de grupo, perguntas abertas ao grupo como instrumentos disparadores das discussoes nos nossos encontros, entre outros recursos. Contamos com uma equipe de cinco estagiarios que dividem-se em duplas durante a semana, a fim de oferecer aos funcionarios a disponibilidade de participarem dos encontros nos periodos matutino, vespertino e noturno, e alternamos os integrantes das turmas regularmente, a fim de promover maior riqueza nas discussoes a serem feitas, pelos multiplos fenomenos desvelados em cada encontro. Acreditamos ser de grande importância inserir, neste momento, nossas reflexoes a respeito das demandas iniciais do nosso publico-alvo: como trabalhar algo tao simples como o cuidado ? Atordoamo-nos ao constatar os pedidos de cuidado, expressos nos cartoes com imagens diversas que foram-lhes entregues no momento do levantamento das demandas, solicitando que escrevessem o que a imagem os remetia. Foram cogitadas varias possibilidades de intervencao, mas o que sobressaia em nossas reflexoes, era o receio de cair, durante a nossa intervencao, nas armadilhas do senso-comum e da banalidade. Optamos, entao, por nao trabalhar diretamente com a tematica do cuidar, e nos atemos a elaborar minuciosamente encontros com os funcionarios, nos quais poderiamos levar ao nosso publico-alvo a questao do cuidar nao diretamente, mas a partir das tematicas que mais complexas, compreendidas pelos vies do existencialismo sartriano. Apos o planejamento de nossas intervencoes, surgiram as expectativas: quantos funcionarios se inscreverao? Como sera nosso primeiro encontro? Sera escasso o tempo estipulado para cada encontro? Diante a vivencia da temporalidade, projetamo-nos no futuro, vislumbrando os encontros de acordo com nossos desejos. Obtivemos, no total dos tres periodos, nove ou dez participantes. Nossa expectativa contrastou o numero reduzido, provocando-nos uma vivencia de frustracao. Procuramos superar tal sentimento prosseguindo o trabalho com os presentes. A importância da concepcao da unicidade corpo/consciencia foi o foco dos primeiros encontros e principiamos pela tese natural da compreensao dicotomica entre corpo consciencia, seguindo a consciencia corporal. Os encontros foram permeados por dialogos e reflexoes. No entanto, transcendendo nossas expectativas quanto a provocacao da consciencia reflexiva critica sobre esta unicidade, fomos surpreendidos por colocacoes dos participantes que descontruiram, o que pudemos refletir a posteriori , ser nossa propria tese natural sobre como se da a pratica de um especialista, mais especificamente a que praticavamos, a do psicologo do trabalho. Sartre (2002) coloca sobre o individuo que se aliena a um papel prescrito, perdendo sua espontaneidade em suas acoes, agindo sob o signo das normas. Nao somos psicologos, estamos psicologos, haja vista que agimos conforme idealizamos o que prescreve a ciencia para este profissional. Pela falta de experiencia na area, e pela inseguranca diante o novo, buscamos nos assegurar numa pratica radicalizada nos preceitos da ciencia moderna, a saber, daqueles que nos colocam no lugar do sujeito-suposto-saber e de controle, que transmite informacoes, colhe as vivencias e as devolvem sob roupagens interpretativas. No momento, contando como uma maneira de nos defender do olhar do outro, lancamos mao da ma-fe, negando a ambiguidade da intersubjetividade, optamos por acreditar no saber verticalizado, local supostamente superior que nos percebiamos por sermos os coordenadores dos encontros. Contudo, o meio utilizado para o controle das liberdades alheias foi superada quando, apesar da inseguranca, percebemos que conseguimos acolher como nao conhecimento nosso, as novidades e riquezas refletidas sobre as tematicas por parte dos participantes. Percebemos-nos em posicao muito proxima a proposta da pesquisa-participante, isto e, em uma praxis que age de maneira ativa diante do processo, atuando, desta forma, em conjunto com o publico-alvo (Boterf, 1985). Desta forma, posicionamos criticamente nossa consciencia sobre o nao-saber, e abdicamos do lugar-comum do psicologo do trabalho, nao de maneira radicalizada ou omissa, mas adentrando em exploracoes conjuntas com os funcionarios do hospital e, consequentemente, promovendo uma relacao horizontal de troca de saberes. Em orientacao do estagio, nos deparamos novamente com outra questao por nos ainda nao percebida: se optamos por tangenciar o cuidado com tematicas mais complexas para nao o banalizar, nao fora pela complexidade que o atingimos, mas pela propria atitude de autenticidade que adotamos ao abandonarmos a ma-fe, ou seja, pela simplicidade, pela humanidade de nossa acao frente aos funcionarios. Para Sartre (1997) a consciencia sendo um vazio, o que pode inserir no mundo e o nada, assim ao captar algo ela se preenche com uma positividade, mas por nao ser o que se preenche, pode nega-la, transcendendo esta finitude as infinitas possibilidades de ser. Mas quando nao queremos vivenciar o ser da liberdade, que e a angustia, a driblamos pela atitude de ma-fe. Assim, negando a negatividade, reduzo minhas opcoes para a que melhor me conforta diante o risco. E nao so nego minha negatividade, quanto tambem nego a do outro, reduzindo a mim e ao outro a seres complementares e nao contraditorios, diferentes. Nesta senda, ao nos despirmos das elucubracoes teoricas durante as discussoes, bem como das acrobacias psiquicas no intuito de promover uma pratica com sentido e originalidade, o saber psicologico foi logo levado a gaveta, e eramos humanos falando com outros humanos. Ao tomarmos o impasse da frustracao das expectativas enquanto potencialidade para uma atuacao humanizadora, bem como na escuta de um outro que sabe tanto quanto nos, cuidamos tanto do nosso publico-alvo quanto de nos ao reconhecer nossas limitacoes, bem como o valor do outro. Aprendemos, com a consciencia da experiencia, que a autenticidade e tambem um estimulo para a promocao da saude mental e em via de mao dupla, ou seja, na intersubjetividade. Para concluir, acreditamos que nossa busca pela consciencia reflexiva critica dos funcionarios acabou nos levando a problematizar a nossa profissao de psicologo, ou seja, ao buscar ajudar/cuidar o/do outro , nos valemos da mesma acao, e o maior aprendizado foi a constatacao de que o cuidado so e desvelado quando nos conscientizamos que estamos imersos em uma realidade intersubjetiva. Le Boterf, G. (1985). Pesquisa participante: Propostas e reflexoes metodologicas . In: Brandao, C. R. (org.). Repensando a pesquisa participante. 2. ed. Sao Paulo: Brasiliense. Sartre, J-P. (1997). O Ser e o Nada: ensaio de ontologia fenomenologica . 11 ed. Petropolis/RJ: Vozes. Traducao e notas de Paulo Perdigao. ________ (2002). Critica da Razao Dialetica . Rio de Janeiro: DP&A Editora. Eixo tematico: 5. Psicologia e Trabalho |
| File Format | PDF HTM / HTML |
| Alternate Webpage(s) | http://www.eventos.uem.br/index.php/cipsi/2012/paper/viewFile/630/326 |
| Language | English |
| Access Restriction | Open |
| Content Type | Text |
| Resource Type | Article |